terça-feira, 8 de outubro de 2013

Concordância Nominal


lConceito: princípio de acordo com o qual toda palavra variável referente ao substantivo deve se flexionar ( alterar a forma) para se adaptar a ele.
lEx.: Times piauienses disputam

duas vagas preciosas no campeonato.
lRegra Geral: toda palavra variável que se refere ao substantivo concorda com ele em gênero (masculino / feminino) e número (singular / plural)
lEx.: Os nossos dois alunos picoenses passaram no concurso. 
lConcordância do adjetivo com mais de um substantivo é influenciada por três fatores:
Posição do adjetivo: antes ou depois do substantivo;
Gênero e o número dos substantivos com os quais o adjetivo concorda;
A função sintática do adjetivo: adjunto adnominal ou predicativo. 

Resumão ADJ
O Estado compra carros e maçãs argentinas
O Estado compra carros e maçãs argentinos.
                                      Adjunto Adnominal
Uma regra prática para descobrir se o adjetivo funciona como adjunto
 adnominal é a seguinte: Substitua os substantivos por um pronome (eles, elas, os, as...); se o adjetivo desaparecer, funcionará como adjunto adnominal.
Por exemplo:
S
e, na frase apresentada, substituir-se carros e maçãs pelo pronome osocorrerá a seguinte frase:
O Estado compra-os,e não
     O Estado compra-os argentinos.
O termo argentinos é, portanto, adjunto adnominal.
Há três casos em que o adjunto adnominal concordará apenas com o elemento mais próximo:
01) Se qualificar apenas o elemento mais próximo:

Comprei óculos e frutas frescas.
02) Se os substantivos forem sinônimos:

Desrespeitaram o povo e a gente brasileira.
03) Se os substantivos formarem gradação:

Foi um olhar, uma piscadela, um gesto estranho.

Resumão Predicativo
Quando o adjetivo imediatamente posposto a dois ou mais substantivos 
funcionar como predicativo do sujeito, deverá concordar com a soma dos
elementos
                              Por exemplo: 
O operário e a esposa, preocupados, saíram para o trabalho.
lPredicativo do objeto:
Encontrei o operário e a esposa preocupados com a situação da empresa.
lUma regra prática para descobrir se o adjetivo funciona como 
predicativo (do sujeito ou do objeto) é a seguinte: Substitua os substantivos por um pronome (eles, elas, os, as...); se o adjetivo não desaparecer, funcionará como predicativo.
l
Por exemplo:
Considero o pai e o filho responsáveis pelo acidente.

Substituindo-se o pai e o filho pelo pronome os, ocorrerá a seguinte frase:

Considero-os responsáveis pelo acidente, e não Considero- os. Esta frase tem significado diferente daquela. O adjetivo responsáveis é, portanto, predicativo do objeto.

Figuras de Linguagem

Definição
¢Figura de linguagem é um modo de expressão que se afasta do sentido literal ou da forma usual de emprego da língua.
¢
Rita é uma gata.

Se Rita não for o nome da gata animal de estimação (sentido denotativo), a palavra gata está empregada em sentido figurado (conotativo).
Classificação

¢As figuras de linguagem dividem-se entre aquelas que expressam mudanças no significado
(figuras de palavra e figuras de pensamento) e aquelas que expressam mudanças na forma (figuras de sintaxe e figuras de harmonia).
¢
Rita é uma gata. (palavra)
Chico morre de amor pela Rita. (pensamento)
Essa Rita, não dá para não amá-la. (sintaxe)
Rita arranha, irrita. Grita. (harmonia)
Classificação de Figuras de Palavra
¢São figuras de palavra aquelas em que vocábulos ou locuções recebem novo sentido, diferente do usual.
¢
Rita é uma gata.
Rita é como uma gata.
Rita tropeçou na perna da mesa.
Rita tem um grande coração.
Classificação de Figuras de Pensamento
¢São figuras de pensamento aquelas em que ideias recebem novo sentido, diferente do usual.
¢
Rita! Rita! Por que demorei tanto a te conhecer?
Um parente da Rita passou desta para melhor.
Adoro quando a Rita cozinha. Hoje vamos pedir pizza.
Classificação de Figuras de Sintaxe
¢São figuras de sintaxe ou de construção aquelas em que relações sintáticas entre palavras são formuladas de modo diferente do usual.
¢
A Rita, essa me faz esquecer as tristezas.
Na cerimônia, a Rita será homenageada, e premiados os seus trabalhos.
Admiro a Rita profissional e a Rita mãe e a Rita mulher.
Classificação de Figuras de Harmonia
¢São figuras de harmonia ou de som aquelas em que o emprego dos sons gera modos de expressão diferentes dos usuais.
¢
Rita arranha, irrita. Grita.
A Rita, cansadíssima, me disse psiu e, vapt, já estava zzzzz...

Classificação de Figuras de Palavra:
¢Comparação: aproximação de sentidos, com conectivo explícito.
¢
A Rita cozinha como no exército.
A Rita parece uma princesa nesse vestido.
¢Metáfora: aproximação de sentidos, sem conectivo, entre palavras que não possuem relação usual de significado.
¢
A Rita é areia demais para o meu caminhãozinho.
Pela Rita tenho comido o pão que o diabo amassou.
Desta vez pus os pingos nos is com a Rita!
¢Catacrese: é uma metáfora desgastada pelo uso frequente.
¢
Quebrei a asa da xícara
preferida da Rita.
Como vingança, ela deixou meu livro predileto cheio de orelhas.
Mas foi um acidente: esbarrei no braço da poltrona.
¢Sinestesia: é uma metáfora em que ocorre a fusão de sensações diferentes.
¢
Sou louco pela voz macia da Rita.
O cheiro doce do seu perfume me embriaga.
¢Alegoria: é uma acumulação de metáforas relacionadas a um mesmo objeto.
¢
A Rita é mestre na arte da organização: esculpe o tempo, sem deixar arestas na agenda; anota os compromissos com pinceladas firmes, bem definidas; molda os problemas para caberem na fôrma das soluções; a arte-final que dá às crises não permite ver nem o esboço dos imprevistos; a ordem é sua
obra-prima cotidiana.
¢Metonímia: é a substituição de uma palavra por outra com que possui relação usual de significado.
¢
Como a Rita, amo Clarice Lispector e me irrito demais com cigarro.
A Rita pode não cozinhar bem, mas como é boa de garfo!
¢Sinédoque: um tipo de metonímia em que há relação quantitativa entre os termos.
¢
O brasileiro não dispensa o arroz com feijão; a Rita não foge à raça.
Mal a Rita pôs o pé em casa, tocou o telefone.
¢Antonomásia: um tipo de metonímia em que um nome próprio é substituído por uma característica da pessoa a que se refere (o apelido é um tipo de antonomásia).
¢
Queríamos ter visto no estádio o Rei do Futebol em ação.
Falando nisso, a Rita me saiu com esta: ela acha o Aleijadinho o Pelé do Barroco brasileiro.

Classificação de Figuras de Pensamento:
¢Antítese: aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos.
¢
A Rita me cobra, eu não faço; quando ela se esquece, acabo fazendo.
Simples ou sofisticadas, as receitas culinárias parecem grego para a Rita.
¢Eufemismo: emprego de expressão atenuante em vez de afirmação desagradável.
¢
O almoço preparado pela Rita foge um pouco aos padrões.
O boletim da priminha da Rita veio em cores mais quentes.
¢Ironia: emprego de expressão que diz o contrário de algo que se quer afirmar.
¢
Humm! Esta macarronada da Rita deve estar de lamber o prato...
Quando a irmã da Rita receber o boletim da filha, será uma felicidade.
¢Hipérbole: emprego do exagero para criar maior impacto.
¢
A Rita rodou a cidade inteira à procura dessa bolsa.
Faz séculos que a irmã da Rita espera boas notícias da filha na escola.
¢Prosopopeia (ou personificação, ou animização): atribuição de características de seres animados a seres inanimados ou imaginários, ou de características humanas a seres não humanos.
¢
A janela do quarto da Rita tem muitas histórias para contar.
Os pneus cantaram; era a Rita freando, para não atropelar um cãozinho melancólico.
¢Apóstrofe: invocação de pessoa ou coisa, presente ou ausente, com sentido expressivo (corresponde, sintaticamente, ao vocativo).
¢
Rita, Rita, como eu te invejo!
Acontece para mim também, ó sorte dessa mulher!
¢Paradoxo (ou paradoxismo, ou oximoro): aproximação de palavras, expressões ou ideias que se contradizem.
¢
Um amigo da Rita foi o primeiro em todas as fases do processo e não foi contratado.
A Rita consegue lhe dar uma explicação completa sem esclarecer nada.
¢Gradação: sequência de palavras para intensificar uma mesma ideia.
¢
A Rita foi-se irritando, as faces se avermelharam, engoliu em seco, contou até dez, mas chegou uma hora em que ia explodir.
Procurei aqui, ali, debaixo da cama, atrás do sofá: onde foi que a Rita esqueceu o celular?
¢Perífrase: um rodeio de palavras empregado em lugar de algo que não se quer nomear (engloba a antonomásia, mas é um conceito mais amplo).
¢
Sonho ir com a Rita ao Vaticano e quem sabe ver de perto o sumo pontífice.
Mas nestas férias vamos mesmo à cidade maravilhosa; pena que o maior do mundo está em reforma.

Classificação de Figuras de Sintaxe:
¢Elipse: omissão de termo ou oração facilmente identificável pelo contexto.
¢
Rita chegou muito alegre. Cantarolava, a voz relaxada.
— Então, foi promovida?
— Fui!
¢Assíndeto: omissão de conjunções coordenativas entre orações ou palavras.
¢
A chuva lá fora apertava, Rita achou melhor não sair.
Frio, calor, tempo seco, chuva intensa. Que semana, hein?
¢Zeugma: omissão de termo já expresso.
¢
A roupa da Rita ficou encharcada, os sapatos destruídos.
Precisou de uma toalha para o corpo, de uma só para os cabelos.
¢Pleonasmo: repetição de uma mesma ideia, gerando redundância.
¢
Eu quis ver com meus próprios olhos o que a Rita tinha aprontado desta vez.
Ela chegou com um filhotinho pequeno.
¢Polissíndeto: repetição enfática de uma conjunção coordenativa.
¢
A Rita entrou esbaforida, com a bolsa ainda meio aberta, com lágrimas nos olhos, com as mãos tremendo: tinha sido assaltada.
Agora tocava tirar novos documentos e bloquear os cartões e cancelar os cheques.
¢Anáfora: repetição intencional de palavras no início de um período, oração ou verso.
¢
Ela comprou os enfeites, ela encomendou a comida, ela enviou os convites.
A festa toda ficou por conta da Rita.
¢Anástrofe: inversão de palavras ou locuções vizinhas.
¢
Tão cansada estava, que se deitou cedo.
¢Hipérbato: inversão de termos de uma oração ou de orações de um período.
¢
Pelas olheiras se via o sono atrasado da Rita.
Chorão à noite, trégua não dá o novo cãozinho, pensei poeticamente.
¢Sínquise: inversão violenta, hipérbato exagerado.
¢
Chorão não dá, novo, trégua o cãozinho à noite, pensei mais poeticamente ainda.
¢Hipálage: inversão da posição do adjetivo, passando a qualidade de um objeto a outro numa mesma frase.
¢
Todo o mundo percebia que a Rita era a dona nova do cãozinho.
Depois da noite mal dormida, tomou um café cansado.
¢Anacoluto: ruptura da sequência sintática lógica de uma frase.
¢
O cãozinho da Rita, que bichinho difícil que é esse.
Animais de estimação, quem quiser ter um que aguente as consequências.
¢Silepse: concordância com a ideia, não com a palavra expressa.
¢
Todo o mundo chamou a atenção da Rita. Achavam que o cãozinho precisava ser treinado. (número)
— A gente, quando é marinheiro de primeira viagem, apanha mesmo — consolavam. (gênero)
Os moradores do prédio seremos todos tolerantes com os latidos nestes primeiros dias. (pessoa)

Classificação de Figuras de Harmonia:
¢Aliteração: repetição de som consonantal numa frase.
¢
A irritação da Rita levou-a a roer-se de raiva, arre!
De fofinho e fagueiro, como ficou folgado o filhote!
¢Assonância: repetição de som vocálico numa frase.
¢
Bastante irritante esse cão ululante!
Não sei se é canto ou pranto; por enquanto o certo é que aborrece um tanto!
¢Paronomásia: repetição de sons semelhantes em palavras de significados diferentes.
¢
O que eu quero é que se quede quieto!
Como, com tal cão, o dono concilia o pouco sono que lhe dão?
¢Onomatopeia: imitação de um ruído ou som.
¢
A Rita, cansadíssima, me disse psiu e, vapt, já estava zzzzz...
E segue o cão auu-u-u, sem respeitar o plaft da exausta dona na cama.